quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Acidentes Ofídicos



     Acidentes ofídicos são causados por mordeduras de cobras venenosas, sendo hoje muito grande o número de acidentes com pessoas causados por mordeduras de cobras. Se agente parar pra pensar que os animais permanecem, pelo menos, o dobro do tempo que um homem do campo, em contato, com o ambiente natural (pastos, capineiras, campos, etc...), então o número de acidentes ofídicos com os animais ocorrem com mais frequência.
     Os prejuízos com mortes de animais por mordedura de cobras, supera, em muitos casos, mortes causadas por doenças infecciosas ou parasitárias. É de extrema importância, que todo proprietário rural que possua criações domésticas, tenha em sua propriedade algumas ampolas de soro, para atender a tais acidentes, na sua maioria letais.
    Quando a cobra venenosa ataca o animal os sinais de picada são muito variáveis, indo desde os dois pontos hemorrágicos deixados pela presa até a uma simples arranhadura. Em alguns casos pode haver até mesmo ausência de sinal.
    Dentre as serpentes venenosas mais comuns no Brasil destacamos:

1) Família Viperidae - Sub-Família Crotalinae (com fosseta lacrimal).
a) Gênero Bothrops (Jararacas)
B. Jararaca Jararacas
B. Jararacussu jararacussu
B. Atrox Jararaca Grão de Arroz
B. Cotiara cotiaraB. Moogeni Caissaca
B. Alternatus urutú

b) Gênero Crotalus (cascavel) - Caracterizada pelo guizo na cauda.
c) Gênero Lachesis (Surucuçu)

2) Família Elapidae
Gênero Micrurus Corais venenosas

Sintomas mais comuns nos acidentes ofídicos

1) Botrópico (Jararacas)

    No Brasil, mais de 80% dos acidentes causados por cobras tem sua origem nos ofídeos do gênero botrópico (jararacas, jaracussu, urutu). A picada é dolorosa, produzindo inchação local, vermelhidão, podendo aparecer bolhas também. Poderá ocorrer posteriormente, hemorragia nas gengivas e urina vermelha. Há possibilidade de necrose no local da picada.Tratamento: Soro Antibotrópico
    Em caso de dúvida do criador quanto ao tipo de cobra que picou o animal, pode-se aplicar no mesmo momento o Soro Polivalente.

2) Crotálico (cascavel)

    No Brasil em torno de 18% dos acidentes causados por cobras tem sua origem nos ofídeos do gênero crotálico (cascavel). A picada nem sempre é dolorosa. Dentro de 30 a 60 minutos manifesta-se o "Fascies neurotóxico", que consiste na queda das pálpebras, paralisia dos músculos motores dos olhos, acarretando a perda da cisão. Mais tarde a urina pode tornar-se vermelha (castanho escura). Em casos graves, pode haver diminuição da urina e mesmo anúria devido à lesão renal.Tratamento: Soro Anticrotálico
      Em casos de dúvida do criador quanto ao tipo de cobra que picou o animal, pode-se aplicar no mesmo momento o Soro Polivalente.

Tratamento auxiliar nos acidentes ofídicos

     Dentro dos primeiros 30 minutos, é conveniente fazer pequenas picadas com uma agulha no local e em volta da picada para ajudar a extrair o sangue com o veneno inoculado. Deixar o animal em descanso evitando assim que a excitação provoque aumento dos batimentos cardíacos e consequentemente maior velocidade da circulação do sangue e consequentemente do veneno. Executar a soroterapia especifica imediatamente.


FONTE: http://www.saudeanimal.com.br

Febre aftosa

 



  A Febre aftosa é uma enfermidade altamente contagiosa que ataca a todos os animais de casco fendido, principalmente bovinos, suínos, ovinos e caprinos.
   A doença é produzida pelo menos por seis tipos de vírus, classificados como A,O,C,SAT-1,SAT-2 e SAT-3, sendo que os três últimos foram isolados na África e os demais apresentam ampla disseminação. Não há transmissores de aftosa, o vírus é vinculado pelo ar, pela água e alimentos, apesar de ser sensível ao calor e a luz.
    A imunidade contra um deles não protege contra os outros. Além disso, constataram-se alguns subtipos dos vírus citados, com a particularidade de que uns causam ataques mais graves que outros e alguns se propagam mais facilmente. Esta complexidade, apresenta um aspecto muito desfavorável, pois um animal atacado por um tipo de vírus, embora ofereça resistência ao mesmo, é ainda suscetível aos outros tipos e subtipos.

PREJUÍZOS CAUSADOS - A gravidade da aftosa não decorre das mortes que ocasiona, mas principalmente dos prejuízos econômicos, atingindo todos os pecuaristas, desde os pequenos até os grandes produtores. Causa em conseqüência da febre e da perda de apetite, sob as formas de quebra da produção leiteira, perda de peso, crescimento retardado e menor eficiência reprodutiva. Pode levar à morte, principalmente os animais jovens; As propriedades que têm animais doentes são interditadas; A exportação da carne e dos produtos derivados torna-se difícil; Provoca aborto e infertilidade; Os animais doentes podem adquirir com maior facilidade outras doenças, devido à sua fraqueza.

TRANSMISSÃO - A febre aftosa é uma doença extremamente infecciosa. O Vírus se isola em grandes concentrações no líquido das vesículas que se formam na mucosa da língua e nos tecidos moles em torno das unhas. O sangue contém grandes quantidades de vírus durante as fases iniciais da enfermidade, quando o animal é muito contagioso.
    Quando as vesículas arrebentam, o vírus passa à saliva e com a baba infecta os alojamentos, os pastos e as estradas onde passa o animal doente. Resiste durante meses em carcaças congeladas, principalmente na medula óssea. Dura muito tempo na erva dos pastos e na forragem ensilada. Persiste por tempo prolongado na farinha de ossos, nos couros e nos fardos de feno.
     Outras vezes o contágio é indireto e, nesse caso, o vírus é transportado através de alimentos, água, ar e pássaros. Também as pessoas que cuidam dos animais doentes levam em suas mãos, na roupa ou nos calçados, o vírus, o qual é capaz de contaminar animais sadios. Nos animais infectados naturalmente, o período de incubação, varia de dezoito horas e três semanas.
SINTOMAS - A elevação da temperatura e a diminuição do apetite são os primeiros indícios da infecção. O vírus ataca a boca, língua, estômago, intestinos, pele em torno das unhas e na coroa. No inicio, febre com papulas que se transformam em pústulas, em vesículas, que se rompem e dão aftas na língua, lábios, gengivas e entre os cascos, o animal baba muito e tem dificuldade de se alimentar. Devido às lesões entre os cascos, o animal tem dificuldade de se locomover. Nos dois primeiros dias a infecção progride pelo sangue produzindo febre; depois aparecem as vesículas na boca e no pé. Também surgem nas tetas. Então a febre desaparece, porém, a produção de leite cai e a manqueira aparece, bem como a mamite com todas as suas graves conseqüências.
    As vesículas se rompem e libertam um líquido transparente ou turvo; aftas, que aparecem após 24 a 48 horas, resultantes são dolorosas e podem sofre infecção secundária. A secreção de saliva aumenta e fios de baba começam a cair da boca. O animal mastiga produzindo ruído caracterizado, ao abrir a boca, chamado "beijo da aftosa". Nos ovinos e caprinos, as lesões das patas são características, enquanto que as da boca podem ser pequenas e passarem desapercebidas. Os surtos de aftosa surgem repentinamente e com muita freqüência; todos os animais suscetíveis do rebanho apresentam os sintomas praticamente ao mesmo tempo. A intensidade da doença é muito variável. Na forma leve, as perdas podem alcançar uns 3%, enquanto que nas graves alcançam 30 a 50%, porém, em média, a mortalidade é baixa nos adultos e elevada nos jovens , principalmente os em aleitamento, porque as mães não os deixam mamar. Os animais que sobrevivem, se recuperam dentro de vinte duas porém, às vezes, a recuperação é bastante demorada; alguns animais com lesões cardíacas são irrecuperáveis, bem como as perdas de tetas.
PROFILAXIA E CUIDADOS -
   Nos países livres de febre aftosa o método geralmente empregado consiste no sacrifício dos animais doentes e suspeitos, destruição dos cadáveres e indenização dos proprietários.
   Vacinação regular do gado de 6 em 6 meses a partir do 3º mês de idade ou quando o Médico Veterinário recomendar.
Os animais que receberam a primeira dose de vacina, deverão ser revacinados 90 dias após a primeira vacinação.
Suspeitando da existência da doença em sua propriedade ou na de vizinhos, avise imediatamente o Médico Veterinário.
Confirmada a doença, isole os animais doentes, proíba a entrada e saída de veículos, pessoas e animais, instale pedilúvios com desinfetantes e siga as orientações do Médico Veterinário.
   Quando comprar animais, exija que os mesmos estejam vacinados.
Só faça o transporte com atestado de vacinação.
      As vacas prenhes devem ser vacinadas a fim de que elas possam proteger o bezerro através do colostro.
   A vacinação não causa aborto nos animais. Cuidados especiais devem ser tomados no manejo das vacas prenhes, pois é o mau manejo que poderá causar aborto e nunca a vacina.
   Exija sempre que o revendedor acondicione bem e faça o transporte correto das vacinas.
   Animais vindos de outras propriedades devem ser isolados, vacinados e observados por um período mínimo de 15 dias, antes de serem misturados com os outros animais da propriedade.
  Nos recintos de exposições, feiras e remates, devem ser adotadas rígidas medidas de higiene e desinfecção, e se a situação exigir, as autoridades sanitárias podem suspender os referidos eventos.
  É muito importante o pecuarista conhecer bem a Febre Aftosa, para que ao aparecer a doença em animais de seu rebanho, ele esteja capacitado para adotar medidas sanitárias, visando ao seu controle.
   Siga corretamente as orientações do Médico Veterinário. É importante o contato freqüente com o Médico Veterinário, o qual estará sempre pronto a prestar os esclarecimentos necessários.
VACINAÇÃO - No Brasil, o processo mais aconselhável é a vacinação periódica dos rebanhos, assim como a vacinação de todos os bovinos antes de qualquer viagem. Em geral a vacina contra a febre aftosa é aplicada, de 6 em 6 meses, a partir do 3º mês de idade. A vacinação contra a Febre Aftosa no Estado de São Paulo deve ser feita nos meses de MARÇO E SETEMBRO. Na aplicação devem ser obedecidas as recomendações do fabricante em relação à dosagem, tempo de validade, método de conservação e outros pormenores.
CUIDADOS COM A VACINA - Antes da aplicação devem ser obedecidas as recomendações do fabricante e alguns cuidados devem ser rigorosamente observados, tais como:
Conservação Adequada das Vacinas;
As vacinas devem ser conservadas na temperatura entre 2 e 6 graus centígrados, em geladeiras domésticas ou em caixas térmicas com gelo;
 É muito importante a conservação, pois tanto o congelamento quanto o calor inutilizam a eficiência da vacina;
  O transporte das vacinas do revendedor até a propriedade deve ser sempre feito em caixas térmicas com gelo;
  A dose a ser aplicada em cada animal deve ser aquela indicada no rótulo da vacina. Uma dosagem menor do que a indicada pelo fabricante não vai oferecer aos animais a proteção desejada;
  Não devem ser utilizadas agulhas muito grossas, pois a vacina pode escorrer pelo orifício deixado no couro do animal pela agulha e em conseqüência, diminuir a quantidade de vacina aplicada;
A vacina deve ser aplicada embaixo da pele;
    Os animais sadios deverão ser sempre vacinados, pois os doentes ou mal-alimentados, não respondem bem à vacinação e, nesses casos, é conveniente procurar orientação com o Médico Veterinário.
   Os efeitos da vacina somente aparecem depois de 14 a 21 dias de sua aplicação. Se os animais apresentarem a doença antes desse prazo, é sinal que já estavam com a doença quando foram vacinados, mas ainda não tinham manifestado seus sintomas.
TRATAMENTO - Em casos especiais pode ser empregado o soro de animais hiper-imunizados. São úteis as seguintes medidas coadjuvantes: desinfecção dos alojamentos com soda cáustica a 4% no leite de cal de caiação; fervura ou pasteurização do leite destinado à alimentação animal ou humana; uso de pedilúvios na entrada dos currais e estábulos; alojamentos limpos e ventilados; fornecimento aos animais de alimentos de fácil mastigação; lavagem da boca com soluções adstringentes e anti-sépticas; tratamento das feridas dos cascos e das tetas; administração de tônicos cardíacos, em certos casos de muita fraqueza.



Lúcia Helena Salvetti De Cicco
Diretora de Conteúdo e Editora Chefe




BIBLIOGRAFIA:


Millen, Eduardo, 1983

Guia Técnico Agropecuário - Veterinária e Zootecnia

Guia Rural Abril, 1988
Editora Abril












FONTE: http://www.saudeanimal.com.br

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Alimentação dos animais no período seco

     Na região Nordeste do brasil, ocorrem duas estações climáticas, uma estação úmida ou estação das chuvas, com duração de quatro a seis meses, e uma estação seca que dura de seis a oito meses. Durante a estação úmida, as chuvas permitem a renovação das pastagens, garantindo alta produção de forragem e de elevada qualidade. Por outro lado, durante a estação seca, com a falta de chuvas, as pastagens não são renovadas, isso leva a uma queda na produção das forragens para os animais. Em conseqüência, na estação mais seca, as pastagens são escassas e de baixo valor nutricional, o que leva uma alta perda de peso e aumento da taxa de mortalidade do rebanho.
     Nessa época, é necessário compensar a escassez de alimento para os animais através de alternativas de alimentação. Dentre as diversas alternativas tecnicamente viáveis para assegurar um melhor padrão alimentar dos rebanhos durante a época de escassez de forragem, a utilização de capineiras e dos bancos-de-proteína é uma ótima alternativa para diminuir o deficiência nutricional do rebanho no período seco.
Capineiras
      O capim-elefante (Pennisetum purpureum Schum.), devido ao facilidade do plantio, e alta produção de matéria seca, bom valor nutritivo, resistência a pragas e doenças, além da boa palatabilidade, tem sido muito utilizado na  formação de capineiras.
       A capineira deve ser implantada em terreno plano ou pouco inclinado, com boa drenagem e próximo ao local onde vão ser oferecido aos animais. Em media, um hectare de capineira, bem manejada, pode fornecer forragem para alimentar 10 a 12 vacas durante o ano.
         O plantio deve ser realizado no início do período chuvoso. As mudas devem ser retiradas de plantas com idade entre 3 e 12 meses. Deve-se aparar as plantas e retirar as folhas para que ocorra uma melhor brotação. A quantidade de mudas necessárias para o plantio varia de acordo com o espaçamento. 
       O primeiro corte após o plantio deve ser realizado quando as plantas estiverem bem entouceiradas, o que ocorre cerca de 90 dias após o plantio. Os cortes devem ser realizados a intervalos de 45 a 60 dias ou quando as plantas atingirem de 1,5 a 1,8 m de altura (Gonçalves & Costa, 1986a,b).
    A altura de corte em relação ao solo depende do nível de fertilidade e umidade do solo. Quando as condições para as brotações basilares forem satisfatórias (solo bem adubado ou de alta fertilidade natural), o corte pode ser feito rente ao solo; caso contrário, deve ser efetuado entre 20 a 30 cm acima do solo (Gonçalves & Costa, 1986c). 

Banco de proteína
    São áreas formadas com forrageiras de alto valor proteico, geralmente leguminosas, para serem usadas como suplementação na alimentação dos animais, principalmente durante o período seco. Podem ser usadas em pastejo direto pelos animais, fornecidas no cocho na forma de feno ou como forragem verde.
       Uma forrageira muito utilizada na formação de banco de proteína é a leucena. Essa leguminosa é uma planta perene, rica em proteína (acima de 20%) e muito apreciada pelos caprinos e ovinos. Desenvolve-se bem em solo de boa fertilidade. O banco de proteína, utilizando-se a leucena, pode ser formado por mudas ou sementes plantadas diretamente no local.